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segunda-feira, fevereiro 27

"Te digo hoje, estarás comigo no paraiso"Texto original 1883

     "Te digo hoje, estarás comigo no paraiso"

  Texto original 1883

Muitas dúvidas tem se levantado sobre o significado das palavras de Cristo na cruz: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso." A nota tônica da escatologia bíblica no que tange ao galardão dos justos é que ocorrerá unicamente por ocasião da volta de Jesus. (Mateus 16:27; Mateus 25:31 a 34; I Tessalonicenses 4:16 a 18; II Timóteo 4:8; I Pedro 5:4; Apocalipse 22:12), além de inúmeras outras passagens. A passagem de Lucas 23:43, segundo cremos, baseado em razões que a seguir apresentaremos, deve estar incorretamente pontuado. Além de conter sem razão a partícula "que". Matos Soares, Basílio Pereira e outros traduzem: "Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso." Se a pontuação fosse removida para depois da palavra hoje, teríamos: "Em verdade te digo hoje: estarás comigo no Paraíso." Os manuscritos do Novo Testamento, escritos em grego e em caracteres unciais não tinham pontuação. Diz-nos J. Angus em sua conhecida obra História, Doutrina e Interpretação da Bíblia, vol. 1, pág. 39, que somente no século VIII é que foram introduzidos alguns sinais de pontuação, e que no século IX introduziram-se o ponto de interrogação e a vírgula. Que a colocação da pontuação altera substancialmente o sentido do texto é evidente. Há um exemplo, muito citado, da imperatriz da Rússia que alterou uma ordem de exílio assim redigida: "Perdão impossível, enviar para a Sibéria." Com cuidado removeu a vírgula colocando-a noutro lugar, e ficou assim: "Perdão, impossível enviar para a Sibéria." E o prisioneiro foi salvo. Alinhemos, sucintamente, algumas evidências a favor de nossa tese: 1.ª - Boas traduções rezam que o ladrão pediu a Jesus que se lembrasse dele "quando vieres no Teu reino." Assim, por exemplo o fazem Matos Soares, a Trinitariana, a Versão Italiana de G. Deodatti, a francesa de L. Sègond, a inglesa de King James e outras. "Quando vieres no Teu reino" e não "quando entrares". "Quando vier... então Se assentará no seu trono..." (Mateus 25:31). Para essa ocasião pediu o ladrão um lugar no reino, e não para aquele dia que agonizava ao lado de Jesus. 2.ª - Certamente o ladrão não podia estar com Jesus no Paraíso naquele dia, a menos que Jesus lá estivesse também. E Jesus foi para lá naquele dia? Não. Como sabemos? a) Porque três dias depois, já ressurreto, disse à Madalena: "Não Me toques, porque ainda não subi para o Meu Pai." (João 20:17). Jesus estivera dormindo no túmulo, e não subira ao Pai. Ressurgira, e ainda não subira ao Pai. E nem de leve se pode inferir que uma "alma" consciente subira, pois a Escritura não sugere tal absurdo. b) Porque uma análise cuidadosa da cena do Calvário revela que o ladrão não morreu naquele mesmo dia, pois João 19:31 a 33 nos diz:"Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a Preparação (pois era grande o dia daquele sábado), rogaram a Pilatos que lhes quebrassem as pernas, e que fossem tirados. Foram pois, os soldados e, na verdade, quebraram as pernas do primeiro, e ao outro que com ele fora crucificado; mas vindo a Jesus, e vendo-O já morto, não Lhe quebraram as pernas." Por que "quebrar as pernas" dos justiçados? Porque o crucificado não morria no mesmo dia. Cristo foi caso excepcional e que sabemos que não morreu dos ferimentos ou da hemorragia, mas do quebrantamento do coração. Morreu de dor moral por causa dos pecados do mundo. Mas os outros, não, e as crônicas descrevem o condenado esvaindo-se lentamente durante dias. Diz por exemplo o comentário de J. B. Howell: "O crucificado permanecia pendurado na cruz até que, exausto pela dor, pelo enfraquecimento, pela fome e a sede, sobreviesse a morte. Duravam os padecimentos geralmente três dias, e às vezes, sete." - J. B. Howell, Comentário a S. Mateus, pág. 500. É óbvio que os homens de maior robustez física duravam até sete dias na cruz. No caso em tela, os judeus, não permitiam que se conservasse um criminoso na cruz nos dias sabaticos, pois consideravam um desrespeito à santidade do dia de repouso. "De acordo com o costume, quebravam as pernas dos criminosos depois de os haverem removido da cruz, deixando-os estendidos no chão, até que o sábado passasse. Depois do sábado haver passado, sem dúvida esses dois corpos foram outra vez amarrados na cruz, e lá ficaram diversos dias até morrerem..." Se era necessário quebrar as pernas aos dois malfeitores, antes do pôr do Sol, é porque não haviam morrido ainda. Na pior das hipóteses viveram ainda, pelo menos, um dia a mais que o Mestre. Como podia, um deles, estar no mesmo dia junto de Jesus? 3.ª - Há traduções bem autorizadas que vertem o texto de Lucas 23:43 de forma a harmonizá-lo com o teor da Bíblia a respeito do galardão no reino, quando Jesus voltar. E vamos citá-las: a) Tradução Trinitariana, em português, editada em 1883, pela "Trinitarian Bible Society" de Londres. Diz: "Na verdade te digo hoje, que serás comigo no Paraíso." b) Emphasized New Testament, de Joseph Bryand Rotherham, impresso em Lodres, em 1903, assim reza: "Jesus! Lembra-te de mim na ocasião em que vieres no teu reino. E Ele disse-lhe: Na verdade, digo-te neste dia: Comigo estarás no Paraíso." c) The New Testament, de George M. Lamsa, de acordo com o texto Oriental, traduzido de fontes originais aramaicas, diz: "Jesus lhe disse: Na verdade te digo hoje, estarás comigo no Paraíso."d) A chamada Concordant Version, em inglês assim traduz: "E Jesus lhe disse: Na verdade a ti estou dizendo hoje, comigo estarás no Paraíso." e) Um manuscrito importante. Trata-se de um famoso manuscrito curetoniano da Versão Siríaca, existente no Museu Britânico. Assim reza: "Jesus lhe disse: Na verdade te digo hoje, que comigo estarás no Jardim do Éden." E há mais ainda: o comentário da Oxford Companion Bible, que diz: "'Hoje' concorda com 'te digo' para dar ênfase à solenidade da ocasião; não concorda com 'estará'". E no Apêndice n.º 173, o famoso Oxford Companion Bible, esclarece: "A interpretação deste versículo depende inteiramente da pontuação, a qual se baseia toda a autoridade humana, pois os manuscritos gregos não tinham pontuação alguma até o nono século, e mesmo nessa época somente um ponto no meio das linhas, separando cada palavra... A oração do malfeitor referia-se também àquela vinda e àquele Reino, e não a alguma coisa que acontecesse no dia em que aquelas palavras foram ditas." E conclui o mesmo comentário, no final do mesmo Apêndice: "E Jesus lhe disse: 'Na verdade te digo hoje' ou neste dia quando, prestes a morrerem, este homem manifestou tão grande fé no reino vindouro do Messias, no qual só será Rei quando ocorrer a ressurreição - agora, sob tão solenes circunstâncias, te digo: serás comigo no Paraíso." E a expressão "hoje" ligada ao verbo não é redundante, mas enfática. É comum na Bíblia. Leiam-se, por exemplo, Deuteronômio 20:18; Zacarias 9:12; Atos 20:26, entre outros. A conclusão fatal é que Lucas 23:43 é um falso pilar em que se ergue a teoria da imortalidade inata no homem e seu imediato galardão pós morte. O homem só verá a Glória do Cristo mediante ao Seu retorno triunfal.



Aprofundando o tema:
Jesus não disse ao ladrão na cruz que “Hoje estarás comigo no paraíso”. Três dias depois ao ressuscitar ele declarou a Maria Madalena que não havia ainda subido ao paraíso:
Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai … S. João 20:17.
Veja que 3 dias depois ele ainda não havia subido aos céus. Ora, então Cristo mentiu ao ladrão na cruz? Em uma única frase demoliu todas as dezenas de passagens que fala da morte como um sono? É claro que não, por isto o motivo da passagem ter sido traduzida levianamente para favorecer o ponto de vista baseado na filosofia grega da maioria das igrejas. Tanto que o correto seria:
Em verdade te digo hoje, estarás comigo no paraíso.
Caso ainda tenha dúvidas é só você pesquisar as diferentes traduções da Bíblia e verá que cada tradutor arroja a vírgula em algum lugar da frase como lhe convém e não baseado em outras passagens bíblicas. Certas traduções ainda trazem a expressão “que” no lugar da vírgula, que não consta no texto grego.
A cópia do Códice Vaticano nos comprova que nos Manuscritos primitivos unciais não havia separação das palavras e nenhum sinal de pontuação. A conhecida e muito útil obra História, Doutrina e Interpretação da Bíblia do autor batista Joseph Angus, traduzida para o português por J. Santos Figueiredo no Volume 1, pág. 38 nos informa o seguinte a respeito da pontuação na Bíblia:
No oitavo século foram introduzidos outros sinais de pontuação. No nono foram introduzidos o ponto de interrogação e a vírgula.
O livro Arte de Pontuar de Alexandre Passos, página 22 nos afirma que estudando a história da pontuação através dos séculos, vemos que no V ou VI séculos os textos dos Evangelhos não apresentam nem ponto nem vírgula. Afirma ainda, este mesmo autor, que a separação das palavras na Bíblia torna-se mais freqüente no VII século. A ausência de pontuação deixa os tradutores na possibilidade de colocarem a pontuação de acordo com suas idéias preestabelecidas.
É evidente, que a mudança de pontuação, pode alterar totalmente o significado de uma frase, como nos comprovam as afirmações de Rui Barbosa na Réplica, vol. II, pág. 195:
Bem é que saiba o nosso tempo quanto bastará, para falsificar uma escritura. Bastará mudar um nome? Bastará mudar uma cifra? Digo que muito menos nos basta. Não é necessário para falsificar uma escritura mudar nomes, nem palavras, nem cifras, nem ainda letras, basta mudar um ponto ou uma vírgula.
A questão é: Quis Jesus dizer, literalmente, ‘Verdadeiramente eu te digo hoje’, ou ‘Hoje estarás comigo no paraíso’? A única maneira de conhecer o que Cristo queria indicar é descobrir respostas escriturísticas para algumas outras questões, tais como: O que ensinou Jesus concernente ao tempo em que os homens teriam a recompensa?
A Bíblia está repleta de claros exemplos mostrando que o galardão dos justos será apenas após a volta de Jesus. Dentre as muitas passagens destaquemos esta DUAS:
a) Apoc. 22:12 – “Eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras.”
b) Mateus 16:27 – “Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos e então retribuirá a cada um conforme as suas obras.
Portanto Jesus precisa VIR UMA SEGUNDA VEZ para ressuscitar e dar o galardão ao ladrão da cruz. Ele não recebe sem o Filho vir na glória do Pai com seus anjos.
Como vimos o Novo Testamento foi escrito originalmente em grego. Assim sempre será bom pesquisar traduções da Bíblia feitas por pessoas diferentes para chegarmos a uma conclusão sobre qualquer assunto controvertido. Sendo assim, vejamos outras traduções das sagradas escrituras de João 20:17:
a) Tradução Trinitariana, em português, editada em 1883, pela “Trinitarian Bible Society” de Londres. Diz: “Na verdade te digo hoje, que serás comigo no Paraíso.”
b) Emphasized New Testament, de Joseph Bryand Rotherham, impresso em Londres, em 1903, assim reza: “Jesus! Lembra-te de mim na ocasião em que vieres no Teu reino. E Ele disse-lhe: Na verdade, digo-te neste dia: Comigo estarás no Paraíso.”
c) The New Testament, de George M. Lamsa, de acordo com a Texto Oriental, traduzido de fontes originais aramaicas, diz: “Jesus lhe disse: Na verdade te digo hoje, estarás comigo no Paraíso.”
d) A chamada Concordant Version, em inglês, assim traduz: “E Jesus lhe disse: ‘Na verdade a ti estou dizendo hoje, comigo estarás no Paraíso.”
e) O famoso manuscrito curetoniano da Versão Siríaca, existente no Museu Britânico assim reza: “Jesus lhe disse: Na verdade te digo hoje, que comigo estarás no Jardim do Éden.”
E há mais ainda: o comentário da Oxford Companion Bible, que diz:
” ‘Hoje’ concorda com ‘te digo’ para dar ênfase à solenidade da ocasião; não concorda com “estarás’.”

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