"Mortificai pois os vossos membros que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, o apetite desordenado, a vil concupiscência e a avareza, que é idolatria... mas agora despojai-vos também da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca; não mintais uns aos outros, pois já vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos vestistes do novo homem, que se renova para o conhecimento segundo a imagem daquele que o criou; onde não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro ou cita, servo ou livre"... (Colossenses 3:5 a 11). "Jesus disse a Nicodemos: Na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? Jesus respondeu: Na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de ter dito: Necessário vos é nascer de novo (João 3:3 a 6). | |||||||||||||
Velha criação e Nova criação | |||||||||||||
Diferenças entre a velha e a nova criação No primeiro capítulo de Gênesis, não está mencionado o nome "Jeová", porem, a palavra traduzida como Deus é originalmente "Elohim", que é uma expressão plural em hebraico, a qual significa "deuses". Esse fato leva-nos a concluir que havia uma participação coletiva da hierarquia angélica na criação do mundo. Após Genesis 2:4, a expressão original passou a ser "Jehovah Elohim", inclusive na criação do homem terreno mencionada no verso 7, através do "sôpro" de Jeová. Quanto à mulher, o texto diz que ela foi criada por Jeová a partir da costela do homem (verso 22), o que significa que ela também tem a natureza terrena e animal do homem. Por outro lado, na criação do homem espiritual, Jesus soprou sobre os seus discípulos o Espírito Santo, antes de se ausentar pela ressurreição (João 20:22). Através disso, a Igreja teve o seu início na dispensação do Espírito, sendo que por ocasião do derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes, que ocorreu logo a seguir à ressurreição de Jesus, aquele "sôpro" acabou se transformando num "impetuoso vento" (Atos 2:2), e aqueles discípulos passaram a ser destemidos e ousados na convicção da fé em Jesus. Neste caso, não foi criada a "mulher espiritual", em analogia à criação da companheira de Adão, porque no Reino de Deus não há distinção entre macho e fêmea, como diz Gálatas 3:28. Esse fato já evidencia uma diferença fundamental entre a velha criação de Jeová e a nova criação de Jesus. Isso confirma também que Jeová não tomou parte na criação espiritual do homem, porem só na criação do homem terreno e animal. O sôpro de Jeová não impediu o homem de cair no pecado e ser amaldiçoado, juntamente com a sua mulher, porem, o sôpro de Jesus transformou aquele grupo de discípulos acovardados em pessoas habilitadas para difundirem o Evangelho não somente para os judeus, mas para todos os povos. E assim, enquanto a história do homem criado por Jeová começou com maldições, tanto para o homem como para a mulher (Gênesis 3:16 a 19), a história da Igreja começou gloriosamente com uma promessa de Jesus, ao dizer "Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos", como está em Mateus 28:20. O moderno "homem intelectual" é, na realidade, uma pessoa que foi massificada pela globalização deste mundo, como está escrito em 1 Co. 3:18... "Porque a sabedoria deste mundo é loucura para Deus". A busca de valores terrenos é muito típica do Velho Concerto, como vemos em vários textos, como por exemplo no Salmo 132:15, enquanto que no Novo Concerto (NT) Jesus disse: "Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam... vós não podeis servir a Deus e a Mamom (riquezas) ao mesmo tempo" (Mt. 6:19 a 24). A velha criação incorpora os instintos humanos e as inclinações da carne - o apetite material, o impulso sexual e a centralização do ego. Através de Tiago 3:15, nós aprendemos que as bençãos terrenas, tão cobiçadas no VT, não são espirituais e são estimuladas pelo Maligno. A nova criação incorpora as inclinações espirituais - o apetite da mente pela Palavra de Deus, o impulso para fazer o bem a um semelhante e a centralização do Espírito Santo. Jeová é o senhor da velha criação, isto é, da criação material, sendo que Adão foi o pai da criação material, enquanto que Jesus é o Senhor da Nova Criação, isto é, da criação espiritual dentro de um Novo Concerto (Hebreus 12:24). Jesus é o pai da verdadeira criação de filhos espirituais. Diferenças entre vida terrena e vida espiritual Jeová criou o homem a partir do pó da terra, soprando o fôlego da vida terrena sobre Adão, de forma que ele se tornou fisicamente vivo (Genesis 2:7), enquanto que Jesus soprou o Espírito Santo sobre os seus discípulos, a fim de que eles tivessem vida espiritual, a qual veio a se efetivar sobrenaturalmente no dia de Pentecostes (Jo. 20:22). Se Jesus e Jeová fossem a mesma pessoa, Jesus não precisaria soprar um outro espírito sobre os seus discípulos, pois eles já tinham recebido o sopro da vida física de Jeová, como homens naturais. Quando alguém fica irado, sente ciúmes ou revela egoísmo, está manifestando as características de sua filiação física ligada à Jeová, pois em termos materiais, toda a humanidade foi feita à sua imagem e semelhança, a partir do pó da terra. Semelhantemente, quando alguém não revida uma afronta, não murmura nem fica se lamentando sobre seu próprio destino ou sobre algum revés em sua vida, está manifestando sua filiação ao Pai e tomando como exemplo as atitudes de Jesus (o último Adão), o qual é do céu e é espiritual. Como diz Romanos 5:13, a morte reinou desde Adão até Moisés. Após Moisés, o julgamento seguia imediatamente após um único pecado, trazendo condenação a todos os homens (Rm. 5:16). De acordo com Hebreus 10:9, Jesus colocou de lado o Velho Concerto, onde imperava a morte e a condenação, para estabelecer o Novo. O novo nascimento descrito por Jesus à Nicodemos (Jo. 3:3 a 9) está relacionado com essa nova criação, embora Nicodemos tenha confessado só conhecer a velha. Tudo se fez novo!
Violência, apego às bênçãos materiais, escravagismo, apedrejamentos, preconceitos contra mulheres e deficientes físicos, sacrifício de bodes e bezerros, assim como outras barbaridades, são fatos hediondos suficientes para caracterizar o VT como abolido (2 Co. 3:14), obsoleto (Hb. 8:13), fraco e sem utilidade (Hb. 7:18). Quando Jesus se referiu ao VT, Ele disse: "está escrito" ou "foi dito aos antigos", como vemos em Mateus 5:21, 27, 38, 43), mas quando Ele próprio ensinava daquilo que Ele havia recebido do Pai, Ele dizia: "porem Eu vos digo" (Mateus 5:28, 32, 34, 39 ,44), o que significa que Ele tinha uma mensagem personalizada e autêntica. Por essa razão, Jesus é o autor e mediador de um Novo Testamento, como está escrito em Hebreus 9:15, do qual foi o fiador, desde que o Velho Testamento fracassou pela sua fraqueza e mediocridade, diante de um ministério tão superior, como lemos em 2 Co. 3:14 e Hb. 7:22 a 24. Através de Jesus, passou a existir: . um Novo Concerto (Lc. 22:20; 2 Co. 3:6; Hb. 8:13); . uma Nova Criação (2 Co. 5:17; Gl. 6:15); . um novo nascimento (Jo. 3:3); . uma nova vida (Rm. 6:4); . um novo homem (Ef. 4:24; Cl. 3:10); . um nova perspectiva para servir a Deus em espírito (Rm. 7:6); . uma nova massa no "pão" (1 Co. 5:7); . um novo "vinho" (Lc. 5:38); . um novo mandamento (Jo. 13:34). E assim, nós podemos definitivamente confirmar o que Paulo disse em 2 Co. 5:17... "Quem está em Cristo é nova criatura; as coisas velhas passaram e eis que tudo se fez novo". |
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A Nova e a Velha Criação
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