Como Começar a Obra do Espírito em uma Igreja
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Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito”.
(I Cor. 2:9-10)
Ao tomarem conhecimento de um avivamento que o Senhor está realizando em um determinado país, muitos pastores acreditam que se tratar de um acontecimento extraordinário cuja ocorrência depende da vontade soberana de Deus e que nada se pode fazer para que uma operação semelhante ocorra em seu país ou em sua igreja. O mesmo pode ocorrer com relação à Obra que o Espírito Santo ora realiza no Brasil. No entanto, em vários países do mundo, em todos os Continentes, o Senhor tem despertado igrejas e tem começado a dirigi-las pelo Espírito Santo através dos dons espirituais.
Isso está acontecendo porque a vontade do Senhor é que toda a Sua Igreja viva desperta, cheia de amor, fé e esperança, servindo o Senhor e os irmãos com fidelidade e dedicação. A Igreja do Senhor Jesus em toda a parte do mundo deve estar cheia do calor espiritual que resulta da operação do fogo do Espírito Santo para que esteja preparada para o arrebatamento. Do contrário corre o risco de ser vomitada pelo Senhor (Apo. 3:16), como se lê na carta destinada à Igreja de Laodicéia.
A operação do Espírito Santo hoje em uma igreja apresenta as essas mesmas características observadas em avivamentos passados. Mas também apresenta características pentecostais necessárias ao momento profético que a Igreja vive: em breve o Senhor Jesus voltará! Neste momento o Senhor está concedendo à Igreja todos os recursos que concedeu à Igreja primitiva - inclusive o batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais - conforme registrado no livro de Atos dos Apóstolos e nas epístolas do Novo Testamento.
Desde o início do movimento pentecostal, na segunda metade do século XIX, esses recursos estavam presentes na Igreja, pois são indispensáveis à sua edificação: os 9 dons espirituais relacionados em I Coríntios 12:8-10, os 5 ministérios indicados em Efésios 4:11, o poder do sangue do Senhor Jesus (Apo. 12:11) e o funcionamento da Igreja como Corpo de Cristo (I Cor. 12:12-31). Dessa forma, o Senhor Jesus pode desempenhar sua função como Cabeça da Igreja, revelando toda a Sua vontade a um povo obediente, pronto a executá-la.
Neste artigo será demonstrado como um pastor pode orientar sua igreja a buscar e alcançar o despertamento espiritual que o Senhor quer operar em todo o mundo e em todas as igrejas, batizando com o Espírito Santo e passando a dirigir as igrejas através de dons espirituais, independentemente da denominação ou associação de igrejas a que pertençam.
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Para que o Senhor possa começar a operar em uma igreja é preciso, primeiramente, que o pastor se disponha a ser usado pelo Senhor, sendo obediente a suas orientações, sem temer a oposição que surgirá ao seu redor, até mesmo da parte de membros de sua congregação. Deverá, a seguir, começar a orar e jejuar para que o Senhor o fortaleça e o use com unção e graça para motivar e instruir sua igreja.
O pastor precisará, a seguir, ensinar à Igreja as lições básicas das Escrituras a respeito do serviço ao Senhor e aos irmãos:1. Fomos salvos para servir (Jo. 12:26), não apenas para desfrutar de bênçãos espirituais e materiais.
2. O serviço é uma evidência da salvação e deve ser feito com diligência, inclusive porque quem não serve aos irmãos não pode ter certeza de salvação (Heb. 6:9-12).
3. O Senhor é quem escolhe a função do servo na igreja (I Cor. 12:11, 18), confirmando essa função junto aos pastores; o servo deve, portanto, estar pronto a desempenhar a função que lhe for apontada. 4. Todos os membros da igreja devem ser testemunhas fiéis do Senhor Jesus (At. 1:8).
5. Todos os membros devem buscar o batismo com o Espírito Santo com orações e jejum (At. 2:38-39).
Em todo esse processo de ensino o pastor precisa proceder com prudência e sabedoria. Convém começar a transmitir o entendimento da Obra que o Senhor deseja realizar na igreja aos líderes e aos crentes mais sedentos da bênção do Senhor. Deverá ter paciência - pois cada pessoa tem um ritmo e uma capacidade de aceitar novos ensinos - e instruir de forma individual os que mais resistem.
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Deve, também, ensinar a necessidade de obediência às revelações que o Senhor estará concedendo sobre detalhes da vida cotidiana da igreja ou dos servos, pois o atendimento às orientações do Senhor é necessário à edificação dos crentes, individualmente, e à edificação da igreja, coletivamente.
Disposição de obedecer é fundamental para que o Senhor passe a conceder dons espirituais e, por meio da profecia, interpretação de línguas e palavra de conhecimento (sonhos, visões e revelações), possa começar à falar à igreja, orientando sobre necessidades diversas, sobretudo sobre Seu Plano para a edificação da igreja.
O pastor deve ensinar que, quando o Senhor fala à igreja mas não há obediência, Ele pára de falar. Por essa razão não há mais profecia em muitas igrejas. A cada orientação do Senhor deve haver uma resposta correspondente da parte da igreja ou do crente.
Quando a igreja entender este ensino e estiver disposta a obedecer às revelações do Senhor, Ele poderá passar a revelar, por exemplo, sobre:
(1) evangelização – onde, quando e como evangelizar uma determinada localidade; quando e como realizar uma reunião especial de evangelização;
(2) funções na igreja – quem Ele escolheu para desempenhar determinadas funções na igreja, o preparo (jejum, oração, madrugadas, etc.) necessário para que os servos sejam usados no Espírito;
(3) pecados ocultos na igreja – para que o pastor possa procurar as pessoas indicadas e exortá-las a abandonar o pecado; “um pouco de fermento leveda toda a massa” e impede a realização da Obra de Deus na igreja; etc.
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A seguir, deverá ensinar à igreja a buscar experiências semelhantes fazendo um estudo bíblico bem fundamentado (ver artigo sobre “ O Poder do Sangue de Jesus ” neste site). O pastor deverá começar a clamar pelo sangue de Jesus no início de cada reunião, orando para que o Senhor possa conceder a todos os presentes a bênção de perdão de pecados e a consequente comunhão, necessária para que o Espírito Santo possa operar livremente naquela reunião.
Como resultado dessa oração específica e objetiva, o Senhor concederá purificação, mais profunda comunhão, libertação de toda forma de preocupação ou perturbação espiritual. Em consequência, começará a haver manifestações de dons espirituais e os crentes presentes estarão protegidos de manifestações que não são do Espírito Santo durante a reunião.
A Igreja precisa saber que o dom de profecia se manifesta da mesma forma que uma visão dada pelo Espírito, quando o servo, até mesmo de olhos abertos, vê uma determinada cena. Da mesma forma que ninguém pode aprender a ter visões, tampouco pode alguém “aprender a profetizar”. O servo usado no verdadeiro dom de profecia subitamente recebe mensagens da parte de Deus e seu papel se limita a retransmite o que ouviu da parte do Senhor.
O pastor ensinará também à igreja que os dons espirituais devem ser usados com sabedoria, em particular sob a supervisão do pastor da igreja. Para que isso ocorra, as manifestações de dons devem ser levadas ao conhecimento do pastor. A sabedoria no caso do uso de dons se refere, principalmente, à observação de uma série de recomendações práticas registradas no capítulo 14 da I Carta aos Coríntios. Refere-se a não falar em línguas estranhas nas reuniões da igreja, a não ser que haja interpretação, a falarem os profetas um após o outro e à ordem no uso dos dons na igreja, e assim por diante.
A supervisão do uso dos dons na igreja por parte do pastor é necessária para que os dons possam ser usados devidamente. Essa supervisão é necessária porque o pastor tem maior conhecimento das necessidades da igreja e da condição espiritual de quem está sendo usado, além de mais discernimento espiritual do que os membros, estando capacitado a orientar os membros da igreja sobre como usar os dons com decência, ordem e sabedoria.
A supervisão do pastor é necessária porque as manifestações de dons devem ser julgadas ou testadas (I Tes. 5:19-21), para que se saiba se provêm, de fato, do Espírito Santo, e interpretadas para que saiba com exatidão o que o Senhor quis dizer. E a Palavra de Deus ensina que o julgamento ou teste não compete à pessoa que foi usada mas a outros (este assunto será desenvolvido no tópico “Preparar um Grupo de Intercessão”). Caso uma manifestação de dom espiritual não seja devidamente julgado, a igreja será enganada por dons que não procederam do Senhor. Finalmente, caso não seja dada a correta interpretação da manifestação de um dom, não haverá o cumprimento que se espera e as pessoas concluirão, sem razão, que a manifestação não proveio do Espírito Santo.
Essa questão é importante, pois o não-cumprimento de um dom ou o não-cumprimento de uma interpretação errada leva frequentemente a decepções com os dons espirituais, levando uma igreja a rejeitar a prática o uso dos dons espirituais e, assim, a impedir o Senhor de dirigi-la pelo Espírito.
O grupo de intercessão se reunirá periodicamente, sempre com a presença do pastor, para testar todas as manifestações de dons espirituais que sejam de interesse para membros da igreja e para a igreja coletivamente. O Senhor falará, em geral, pelos dons espirituais, por meio de outros crentes, confirmando ou não a manifestação que está sendo testada. Quando Senhor a confirma, normalmente acrescenta informações sobre o mesmo assunto. Dessa forma, o pastor tem um conhecimento mais amplo do assunto, ajudando-o a entender melhor a vontade do Senhor sobre esse assunto e, assim, a tomar uma decisão mais correta e precisa.
O grupo de intercessão ajudará, também, ao pastor a interpretar corretamente as manifestações de dons, embora a palavra final caiba sempre ao pastor. A interpretação correta pode vir pelo conhecimento que se tem de símbolos bíblicos – pois o Senhor frequentemente fala de forma simbólica em visões e sonhos – ou por meio de uma revelação.
Cabe, contudo, ao pastor determinar a forma mais adequada de aplicação de cada manifestação de dons. Por exemplo, ele pode decidir que uma visão do Senhor sobre uma falha na vida de um novo crente deve ser motivo apenas de intercessão por parte dos membros mais maduros da igreja, não devendo ser levada ao conhecimento da pessoa interessada. Ele pode entender que uma orientação transmitida sobre a separação de um servo para o diaconato não deverá ser executada de imediato, mas no futuro, porque o crente ainda é um neófito, o que contrariaria o ensino da Palavra de Deus.
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Convém, por exemplo, consultar o Senhor sobre assuntos tais como: (1) quem o Senhor escolheu para exercer funções de maior relevo na Igreja (diáconos, professoras de Escola Dominical, etc. – At. 13:2-3), (2) qual a solução para problemas que a igreja enfrenta (falta de crescimento, crianças que não se interessam pela igreja, membros que não querem servir ao Senhor ou que vivem no pecado – At. 5:3-4), (3) quando e como iniciar a evangelização em um determinado bairro (At. 16:6-10), etc.
Antes de consultar o Senhor, o assunto deve ser explicado ao Grupo de Intercessão e discutido, pois o Senhor também requer que se o use o bom senso, a sabedoria que se adquire pelo conhecimento da Palavra de Deus e a experiência que acumulada na vida cristã. Todo esse conhecimento também ajuda a interpretar corretamente as manifestações de dons espirituais que o Senhor concederá.
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Como o Senhor não levanta todos os 5 ministérios em uma igreja local, mas eles são concedidos à Igreja como um todo, ou seja, ao conjunto de igrejas. Por essa razão, é necessário que nenhuma igreja tenha vida independente, espiritualmente separada das demais.
O mesmo diz respeito aos pastores. Isoladamente, nenhum pastor pode ter uma vida espiritual satisfatória. Quando os pastores estão espiritualmente unidos – em verdadeira comunhão espiritual – o Senhor começa a manifestar os diversos ministérios. Os pastores devem, eles mesmos, buscar os dons espirituais para que possam ser mais úteis ao Senhor e para que as reuniões de pastores possam ser mais frutíferas.
Quando os pastores começaram a ser usados em dons espirituais, nessas reuniões o Senhor passará a (1) revelar necessidades particulares dos pastores, (2) aconselhá-los a respeito de problemas que enfrentam nas suas igrejas, (3) mostrar soluções para o crescimento das igrejas, etc. Quando o Senhor tiver a necessidade de corrigir um pastor, sempre para edificação, usará os demais nessas reuniões de pastores. Não haverá necessidade de o Senhor falar a membros de uma igreja para corrigir esse pastor.
União no Espírito entre pastores, resultado de verdadeira comunhão espiritual (não instituticional), só é possível quando o Senhor está verdadeiramente presente no meio dos pastores, falando através de dons espirituais em suas reuniões. Dessa forma o Senhor estará ensinando, corrigindo e exortando. Os pastores não se sentirão à vontade para fazer a vontade da carne, nem para provocarem divisões.
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Para que isso possa ocorrer um pastor decidido é suficiente. Ele deverá apenas começar a buscar o Senhor e a ensinar à sua congregação as lições bíblicas básicas sobre o assunto, levando-a a utilizar os meios espirituais ao seu alcance – o jejum e a oração – para buscar os dons espirituais.
Os pastores que têm o mesmo objetivo devem buscar viver em união, reunindo-se regularmente para apoio espiritual (oração e conselho), consulta ao Senhor sobre suas necessidades e mútua edificação.
“Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á…Quanto mais o vosso Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedirem?” (Luc. 11:13)
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